IPPB – Instituto de Pesquisas Projeciológicas e
bioenergéticas.
A mediunidade de cura
oferece ao médium a possibilidade de curar um ser doente, buscando fluidos em
fontes energéticas da natureza. Mas será que doenças cármicas também podem ser
curadas espiritualmente?
- Por Edvaldo Kulcheski
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A mediunidade de
cura é a capacidade possuída por certos médiuns de curarem moléstias por si
mesmos, provocando reações reparadoras de tecidos e órgãos do corpo humano,
inclusive as oriundas de influenciação espiritual. Assim como existem médiuns
que emitem fluidos próprios para a produção de efeitos físicos concretos
(ectoplasmia), temos igualmente os médiuns que emitem fluidos que operam todas
as reparações acima referidas.
Na essência, o fluido é sempre o mesmo,
uma substância cósmica fundamental. Mas suas propriedades e efeitos variam
imensamente, conforme a natureza da fonte geradora imediata, da vibração
específica e, em muitos casos (como este de cura, por exemplo), do sentimento
que precedeu o ato da emissão.
A diferença entre os dois fenômenos é que
no primeiro caso (ectoplasmia), o fluido é pesado, denso, próprio para
elaboração de formas ou produção de efeitos objetivos por condensação, ao passo
q~e no segundo (curas), ele é sutilizado, radiante, próprio para alterar
condições vibratórias já existentes.
MÉDIUM CURADOR
Além do
magnetismo próprio, o médium curador goza da aptidão de captar esses fluidos
leves e benignos nas fontes energéticas da natureza, irradiando-os em seguida
sobre o doente, revigorando órgãos, normalizando funções, destruindo placas e
quistos fluídicos produzidos tanto por auto-obsessão como por influenciação
direta.
O médium se coloca em contato com essas fontes ao orar é Se
concentrar, animado pelo desejo de fazer uma caridade evangélica. Como a lei do
amor é a que preside todos os atos da vida espiritual superior, ele se coloca em
condições de vibrar em consonância com todas as atividades universais da
criação, encadeando forças de alto poder construtivo que vertem sobre ele e se
transferem a.o doente. Por sua vez, este se colocou na mesma sintonia vibratória
por meio da fé ou da esperança.
Os fluidos radiantes interpenetram o
corpo físico, atingem o campo da vida celular, bombardeiam os átomos,
elevam-lhes a vibração íntima e injetam nas células uma vitalidade mais intensa.
Em conseqüência, acelera as trocas (assimilação, eliminação), resultando em uma
alteração benéfica que repara lesões ou equilibra funções no corpo
físico.
Nas operações cirúrgicas feitas diretamente no corpo físico, os
espíritos operadores incorporam no próprio médium que dispõe desta faculdade.
Este, como autômato, opera o paciente com os mesmos instrumentos da cirurgia
terrena, porém sem anestesia e dispensando qualquer precaução de assepsia. Em
certos casos, embora raros, o espírito incorporado logra o mesmo resultado
cirúrgico utilizando objetos de uso doméstico (facas, tesouras, garfos ou
estiletes comuns) como instrumentos operatórios, igualmente sem quaisquer
cuidados anti-sépticos.
O cirurgião invisível incorporado no médium corta
as carnes do paciente, extirpa excrescências mórbidas, drena tumores, desata
atrofias, desimpede a circulação obstruída, reduz estenoses ou elimina órgãos
irrecuperáveis. Semelhantes intervenções, além de seu absoluto êxito, são
realizadas em um espaço de tempo exíguo, muito acima da capacidade do mais
abalizado cirurgião do mundo físico. Em tais casos, os médicos desencarnados
fazem seus diagnósticos rapidamente, com absoluta exatidão e sem necessidade de
chapas radiográficas, eletrocardiogramas, hemogramas, encefalogramas ou
quaisquer outras pesquisas de laboratório.
Nessas operações mediúnicas
processadas diretamente na carne, os pacientes operados tanto podem apresentar
cicatrizes ou estigmas operatórios como ficarem livres de instrumentos da
cirurgia terrena. Normalmente são espíritos experimentados, que ajudam no
diagnóstico e na intervenção cirúrgica quaisquer sinais cirúrgicos. Em seguida à
operação, eles se erguem lépidos e sem qualquer embaraço ou dor, manifestando-se
surpreendidos por seu alívio inesperado e a eliminação súbita de seus
males.
Quando opera incorporado no médium, o espírito sempre é auxiliado
por companheiros experimentados na mesma tarefa, que cooperam e ajudam no
controle da intervenção cirúrgica, no diagnóstico seguro e rápido e no exame
antecipado das anomalias dos enfermos a serem operados. Entidades experimentadas
na ciência química transcendental preparam os fluidos anestesiantes e
cicatrizantes, transferindo-os depois do mundo oculto para o cenário físico
através da materialização na forma líquida ou gasosa, conforme seja
necessário.
CIRURGIAS À DISTÂNCIA
Embora o êxito das operações
mediúnicas dependa especialmente do ectoplasma a ser fornecido por um médium de
efeitos físicos e controlado pelos espíritos de médicos desencarnados, há
circunstâncias em que, devido ao teor sadio dos próprios fluidos do enfermo, as
operações produzem resultados miraculosos no corpo físico, apesar de processadas
somente no perispírito.
O processo de "refluidificação", com o
aproveitamento dos fluidos do próprio doente, lembra algo do recurso de cura
adotado na hemoterapia praticada pela medicina terrena, na qual o médico
incentiva o energismo da pessoa debilitada extraindo-lhe algum sangue e, em
seguida, injetando-o novamente nela, em um processo que acelera a dinâmica do
sistema circulatório.
No entanto, mesmo que se tratem de operações
mediúnicas feitas diretamente na carne do paciente ou mediante fluidos
irradiados à distância pelas pessoas de magnetismo terapêutica, o sucesso
operatório exige sempre a interferência de espíritos desencarnados, técnicos e
operadores, que submetem os fluidos irradiados pelos "vivos" a um avançado
processo de química transcendental nos laboratórios do lado espiritual.
E
quais são as diferenças entre as cirurgias realizadas com a presença do paciente
e as realizadas à distância? No primeiro caso, os técnicos desencarnados
utilizam o ectoplasma do médium de efeitos físicos e também os fluidos nervosos
emitidos pelas pessoas presentes. Esta aglutinação polarizada sobre o enfermo
presente possibilita resultados mais eficientes e imediatos.
No segundo caso, os
espíritos operadores procuram reunir e projetar sobre o doente os fluidos
magnéticos obtidos pelas pessoas que se encontram reunidas à distância, no
centro espírita. Porém como se tratam de fluidos bem mais fracos do que os
fornecidos pelo médium de fenômenos físicos, eles são submetidos a um tratamento
químico especial pelos operadores invisíveis, a fim de se obterem resultados
positivos. Mesmo assim, os fluidos transmitidos à distância servem apenas para
as intervenções de pouco vulto, pois, sendo fluidos heterogêneos, exigem a
"purificação" à qual nos referimos.
Existem alguns fatores que impedem as
cirurgias à distância de serem tão eficazes e seguras como as intervenções
diretas. Para muitos desses voluntários doadores de fluidos, faltam a vontade
disciplinada e a vibração emotiva fervorosa, que potencializam as energias
espirituais. Além disso, alguns deles não gozam de boa saúde, fumam em demasia,
ingerem bebidas alcoólicas em excesso ou abusam de alimentação carnívora. Aliás,
nos dias destinados a esses trabalhos espirituais, os médiuns deveriam se
submeter a uma alimentação sóbria, já que, depois de uma refeição por vezes
indigesta, o indivíduo não tem disposição para tomar parte em uma tarefa que
exige concentração mental segura.
DIFICULDADES PARA OS ESPÍRITOS
CURADORES
Durante o tratamento fluídico operado à distância, a cura
depende muito das condições psíquicas em que os doentes forem encontrados
durante a recepção dos fluidos. Os espíritos terapeutas enfrentam sérias
dificuldades no serviço de socorro aos pacientes cujos nomes estão inscritos nas
listas dos centros espíritas, pois além das dificuldades técnicas resultantes de
certo desequilíbrio mental do ambiente onde eles atuam / outros empecilhos os
aguardam, em virtude do estado psíquico dos próprios doentes.
Às vezes, o
enfermo tem a mente saturada de fluidos sombrios, em face de conversas
maledicentes, intrigas, calúnias e fofocas. Em outros casos, lá está ele em
excitação nervosa por causa de alguma violenta discussão política ou desportiva,
bem como é encontrado envolto na fumarada intoxicante do cigarro ou na
bebericagem de um alcoólatra. Outras vezes, os fluidos irradiados das sessões
espíritas penetram nos lares enfermos, mas encontram o ambiente carregado de
fluidos agressivos, provenientes de discussões ocorridas entre seus familiares.
É evidente que os desencarnados têm pouco êxito em sua tarefa abnegada de
socorrerem os enfermos quando estes vibram recalques de ódio, vingança, luxúria,
cobiça ou quaisquer outros sentimentos negativos.
CIRURGIAS DURANTE O
SONO
As operações cirúrgicas realizadas no perispírito durante o sono só
atingem a causa mórbida no tecido etérico deste, porém, depois de algum tempo,
começam a desaparecer seus efeitos mórbidos na carne, pelo mesmo fenômeno de
repercussão vibratória. Neste caso, como os enfermos operados ignoram o que lhes
aconteceu durante o sono ou mesmo em momento de vigília e repouso, opõem dúvidas
quanto a essa possibilidade.
Uma vez que esses doentes, tendo sido
operados no perispírito, não comprovam de imediato qualquer alteração benéfica
em seu corpo físico, geralmente supõem terem sido vítimas de uma fraude ou um
completo fracasso quanto à intervenção feita. Acontece que a transferência
reflexa das reações produzidas por essas operações se processa muito lentamente,
levando semanas ou até meses para manifestarem seus efeitos benéficos no
organismo. Além disso, há casos em que o enfermo recebe assistência de seus
guias espirituais devido à circunstância de emergência, que não altera o
determinismo de seu resgate cármico.
Toda cura se dá pela ação fluídica,
já que o espírito age através dos fluidos. Tanto o perispírito como o corpo
físico são de natureza fluídica, embora em diferentes estados, havendo relação
entre eles. O agente da cura pode ser encarnado ou desencarnado e nela podem ser
utilizados ou não processos como passes, água fluidificada e outros, além da
intervenção no perispírito ou no corpo. Na cura por efeitos físicos, a alteração
orgânica no corpo físico é imediatamente visível ou passível de constatação
pelos sentidos ou aparelhamentos materiais.
Na ação fluídica sobre o
perispírito, a cura será avaliada depois, pelos efeitos posteriores no corpo
físico. Agindo através dos centros anímicos, órgãos de ligação com o
perispírito, atinge-se este, que também se beneficia ao se purificar pela
aceleração vibratória, tornando-se, assim, incompatível com as de mais baixo
padrão.
É desta forma que se operam as curas de perturbações espirituais,
na parte que se refere ao perturbado propriamente dito. Sabemos que a maior
parte das moléstias de fundo grave e permanente não podem ser curadas porque
representam resgates cármicos em desenvolvimento, salvo quando há permissão do
Alto para curá-las. Entretanto, há benefícios para o doente em todos os casos,
porque se conseguirá, no mínimo, uma atenuação do sofrimento.
A CURA NA
MÃO DE TODOS
A faculdade de curar pela influência fluídica é muito comum
e pode se desenvolver por exercício. Todos nós, estando saudáveis e
equilibrados, podemos beneficiar os doentes com passes, irradiações, água
fluidificada, etc. Aprendendo e exercitando, desenvolvemos nosso potencial de
ação sobre os fluídos.
O poder curativo está na razão direta da pureza
dos fluidos produzidos, como qualidades morais ou pureza de intenções, da
energia da vontade, quando o desejo ardente de ajudar provoca maior força de
penetração, e da ação do pensamento, dirigindo os fluidos em sua
aplicação.
A mediunidade de cura, porém, é bem mais rara, espontânea e se
caracteriza pela energia e instantaneidade da ação. O médium de cura age pelo
simples contato, pela imposição das mãos, pelo olhar, por um gesto, mesmo sem o
uso de qualquer medicamento. No evangelho, existem numerosos relatos onde Jesus
ou seus seguidores curam por ação fluídica, alguns deles examinados por Allan
Kardec no livro A Gênese, capítulo XV.
CONDIÇÕES FUNDAMENTAIS PARA A
CURA
É lícito buscar a cura, mas não se pode exigi-Ia, pois ela dependerá
da atração e fixação dos fluidos curadores por parte daqueles que devem
recebê-los. A cura se processa conforme nossa fé, merecimento ou necessidade.
Quando uma pessoa tem merecimento, sua existência precisa continuar ou as
tarefas a seu cargo exigem boa saúde, a cura poderá ocorrer em qualquer tempo e
lugar, até mesmo sem intermediários (aparentemente, porque ajuda espiritual
sempre haverá). No entanto, às vezes, o bem do doente está em continuar sofrendo
aquela dor ou limitação, que o reajusta e equilibra espiritualmente, o que nos
faz pensar que nossa prece não foi ouvida.
Para tanto, vejamos o que diz
Emmanuel no livro Seara dos Médiuns, no capítulo "Oração e Cura": "Lembremo-nos
de que lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são
remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus. A cura só se dará em
caráter duradouro se corrigirmos nossas atuais condições materiais e
espirituais. A verdadeira saúde e equilíbrio vêm da paz que em espírito
soubermos manter onde, quando, como e com quem estivermos. Empenhemo-nos em
curar males físicos, se possível, mas lembremos que o Espiritismo cura sobretudo
as moléstias morais".
De uma maneira primorosa, Allan Kardec nos situa
sobre o assunto: "A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã
por uma molécula sã. O poder curativo está, pois, na razão direta da pureza da
substância inoculada, mas depende também da energia da vontade, que, quanto
maior for, mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de
penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje
realizar a cura, seja homem ou espírito".
Daí então se depreende que são
quatro as condições fundamentais das quais depende o êxito da cura: o poder
curativo do fluido magnético animalizado do próprio médium, a vontade do médium
na doação de sua força, a influenciação dos espíritos para dirigir e aumentar a
força do homem e as intenções, méritos e fé daquele que deseja se
curar.